segunda-feira, 31 de agosto de 2015

PRECEITOS HUMANOS E DIVINOS

Há muito tempo os seres humanos tendem a fazer confusões a respeito da importância das normas humanas, conselhos evangélicos e mandamentos. Não é raro encontrarmos pessoas jogando no lixo o amor evangélico para defender um preceito humano, que vale, mas que não passa de uma norma humana. Um exemplo clássico é quando os filhos deixam de amar os pais por conta de pequenas orientações disciplinares, próprias de cada família, para manter a ordem e a unidade familiar.
Diante dessa confusão mental, que levava o povo de Israel a correr o risco de se dissolver no meio de outros povos com deuses e costumes diversos, Moisés se colocou diante de Deus para obter dele as leis e normas necessárias para manter aquele povo na unidade com Deus e com os irmãos. Para isso, permaneceu quarenta dias na montanha do Sinai, diante de Deus, para obter dele os dez mandamentos da Lei de Deus. Mandamentos esses que mantiveram o povo unido por milênios.
Na caminhada, porém, os Doutores da Lei, os Escribas e Fariseus foram agregando uma série infindável de orientações, normas, leis, preceitos, decretos a tal ponto que a vida daquele povo foi ficando engessada, amarrada e triste. Alguns preceitos humanos, de saúde, de higiene, descanso sabático, etc. foram sendo supervalorizados em detrimento do amor e da bondade.
Diante disso aparecem os seguidores de Jesus no Evangelho de Mateus (Mt 7,1-8.14-15.21-23) bagunçando essa orientação, ou seja, comendo o pão sem ter lavado as mãos, conforme as normas judaicas. Aliás, quem não as observasse era considerado impuro. Diante disso, emerge a boa notícia de Jesus, isto é, o Evangelho.
Jesus mostra para esses legalistas que aí reside uma confusão de normas humanas com os valores divinos. Eles supervalorizam pequenas orientações humanas, e Jesus não nega o seu valor, e, em contrapartida, negligenciam aquilo que é mais importante, isto é, o amor, a misericórdia e a justiça. Eles chegam a pagar o dizimo até do tempero, mas exploram as viúvas e os pobres e isto é faltar com a caridade, e desprezar a Lei do Amor, que é única trazida por Jesus. A mesma (regra de ouro) sintetiza os dez mandamentos da Lei de Deus, Herdada de Moisés e do seu povo, lá no Sinai (cf Mt 7,12).
Trazendo para a nossa realidade, podemos incorrer nas mesmas confusões, quando agredimos e desrespeitamos as pessoas exigindo o cumprimento de normas humanas, etiquetas, vestuários, conselhos evangélicos e passamos por cima daquilo que, segundo o ensinamento de Jesus, é essencial, ou seja, o amor. Toda a vez que o amor ao ser humano fica em segundo lugar, terceiro e até esquecido, nós estamos enterrando o Evangelho da Libertação trazido por Jesus. Além disso, estamos amarrando as pessoas com normas, leis e proibições que tornam a vida cristã sem sabor, sem alegria e muitas vezes a azedam, pior que limão azedo, conforme fala o nosso querido Papa, Francisco.

Para finalizar valho-me de uma santa orientação do nosso irmão no ministério, Papa Francisco, quando diz: “Não deixemos que nos roubem a alegria do Evangelho” e nos encham de normas e proibições humanas que nos prendem e nos fragilizam na capacidade de amar. 








Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 




terça-feira, 25 de agosto de 2015

COMO APRESENTAR-SE

Eis uma grande preocupação nos nossos dias de hoje. Como devemos apresentar-nos? Claro que depende muito de onde, para que e para quem. Claro que numa passarela de samba espera-se uma forma já pré-estabelecida de apresentação da moça ou do rapaz. Quando uma pessoa procura emprego há um “saco” de gurus dando as dicas para a melhor forma e jeito de apresentação a fim de ganhar a vaga na empresa. O jovem ou menina que procura um namorado preocupa-se em buscar a melhor forma de apresentação, naquela cultura, para ganhar o coração de alguém.
A Palavra de Deus também nos orienta a respeito de como nos apresentar como cristãos, como missionários e pastores encarregados da evangelização dos povos. São Paulo na sua carta aos cristãos da cidade grega de Tessalônica (cf 1Ts 2,1-8) nos diz que se apresentou com muita ternura como a mãe que acalenta os seus filhinhos. Acrescenta que não foi lá com objetivos gananciosos, nem com mentiras ou bajulações para agradar este ou aquele, mas com o intuito de agradar a Deus acolhendo com ternura a todos os seus filhos e filhas.
Caríssimos leitores! Que maravilha de orientação muito válida para os nossos relacionamentos na evangelização e demais relacionamentos quotidianos.  Reside aqui um convite a jogar fora todas as máscaras, ganâncias e outras intensões egoístas e encher-nos de amor a Deus e ternura materna para com as pessoas a fim de estabelecermos relações de ajuda que edificam as famílias e as comunidades. 
O Evangelho (Mt 23,23-26) nos apresenta os Mestres da Lei e os fariseus hipócritas que exigem dos outros as picuinhas da lei e ignoram o essencial, isto é, a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Apresentam-se cheios de exigências pequenas, esquecendo a forma mais adequada e essencial de se apresentar. Jesus com a sua vida e palavra vai dizendo a eles e a cada um de nós que é fundamental apresentar-se cheios de misericórdia.
Mas o que é mesmo apresentar-se dessa forma? Conscientes das nossas limitações e fraquezas é fundamental ir ao outro com o coração cheio de ternura e compreensão. Ir aos demais, guiados pelo amor de Deus manifestado em Jesus, para acolher e amar sem cobranças e condenações. Cobrir o outro com o amor de Deus, que aparece na nossa ternura misericordiosa. Eis a essência do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, que deseja atualizada nos nossos relacionamentos.
Claro que alguém pode nos achar negligentes quanto às pequenas exigências. Entendo que uma vez que vivemos a essência do Evangelho as pequenas coisas, a seu tempo, serão percebidas e vividas pelas pessoas. Mas se deixarmos de lado o essencial não teremos força de atração para a vivência das pequenas e muito menos das grandes. Trata-se da estória do vaso cheio de areia onde não cabe mais as grandes pedras, isto é, o amor a Deus, à família, as pessoas, aos enfermos, aos jovens.  Pelo contrário, quando colocamos primeiro as grandes pedras, sempre haverá lugar para as pequenas pedras ou normas.

Peçamos a graça de nos apresentar cheios de amor e ternura para ganhar o maior número para Deus e para a sua comunidade. Que jamais os nossos títulos nos encham de orgulho e poder opressor, mas, pelo contrário, sejam ferramentas cheias de amor e ternura que se debruçam sobre os irmãos para acarinhá-los e ergue-los para Deus e para a sua comunidade!


Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

RELIGIÃO NÃO É CABRESTO

Observando a realidade da vida nós víamos o papai colocando um cabresto na mula e após isso ele conseguia conduzi-la para onde ele queria, sem maiores dificuldades. Nessa mesma direção alguns pensam a religião como um cabresto que é colocado nas pessoas para melhor manipulá-las, segundo os seus interesses.
Se por um lado existam segmentos religiosos que pensam e agem desse modo, a religião proposta pela Bíblia católica não é assim não. Senão, vejamos alguns exemplos retirados da Liturgia da Palavra do décimo primeiro domingo do tempo comum.
Na primeira leitura (Js 24,1-2.15-18), Josué propõe ao povo escolher a quem quer servir. Apresenta as diversas possibilidades e as pessoas devidamente esclarecidas optam para servir ao Senhor que as acompanha na caminhada, orientando-as e auxiliando-as sem mentiras e enganações. Portanto, na liberdade escolhem o seu Deus e aceitam vivenciar as suas orientações porque são verdades libertadoras e não apenas freios para subjuga-los.
No evangelho (Jo 6,60-69) diante das exigências do seu seguimento, Jesus deixa os seus discípulos livres para segui-lo ou para abandoná-lo. Diante disso, alguns partiram para outros caminhos, porque procuravam uma religião fácil, mesmo que mentirosa e enganadora. Pedro, porém, movido pelo Espírito de Deus toma a palavra e afirma que só Jesus tinha palavras de vida eterna. Por isso mesmo, na liberdade, se dispõe a segui-lo onde quer que vá porque Jesus e suas palavras traziam liberdade e vida eterna para ele e não apenas consolação momentânea.
Portanto, queridos irmãos, a religião proposta por Jesus não tem o objetivo de manipular ninguém, mas é o caminho da libertação que torna as pessoas livres para os valores eternos que se encarnam, particularmente, na acolhida e cuidado amorosos dos irmãos, especialmente dos mais necessitados.  Por isso, mesmo a verdadeira religião não se restringe a encantamento, louvação, roda de amigos, mas conduz à acolhida do órfão, da viúva, dos doentes, do fraco e do indigente.
Além disso, a verdadeira religião não edifica uma Igreja voltada para si mesma, mas voltada para fora. Uma Igreja que sai de si mesma e vai ao encontro do outro que está nas periferias da vida. De modo especial, investe na formação de pessoas livres e corajosas para sair de si mesmas e irem ao encontro dos doentes, dos idosos, dos indefesos, dos presos, dos sem dignidade, para acolhê-los e envolvê-los de cuidados.
A religião proposta por Jesus conduz as pessoas para a missão. Uma vez que as pessoas experimentam a Jesus e a consistência da sua Palavra elas renascem para uma vida nova. Vida esta, não mais voltada para si e para interesses egoístas, para a religião das facilidades, mas sempre para os outros, apesar das dificuldades. Nesse sentido, o marido será capaz de viver para a esposa e a esposa para o seu marido por amor, isto é, na escolha livre e não por imposição coercitiva. O marido será capaz de considerar a esposa sempre mais digna do que a si mesmo e, portanto, servi-la como se estivesse servindo o próprio Cristo e, por sua vez, a esposa será capaz de fazer o mesmo com o esposo (cf Ef 5,21-32).

Em suma, a religião de Jesus não é um cabresto para dominar e conduzir homem e mulheres. Ela é o caminho verdadeiro que conduz as pessoas à libertação do egoísmo e as habilita para Amar a Deus, que as acompanha pelas estradas da vida, e aos irmãos de caminhada, especialmente os mais fracos e necessitados. 
  

Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

terça-feira, 18 de agosto de 2015

DEIXAR TUDO POR CAUSA DE JESUS

Não é uma decisão fácil de ser tomada não. Por que não? Porque, por natureza, nós somos apegados às coisas e as pessoas. Apegamo-nos à mãe e choramos exigindo o seu retorno, quando, por alguma razão, ela se afasta de nós. Quantos choros por causa da mãe!  A seguir criamos fortes vínculos com os irmãos, amiguinhos, namorados e cônjuges.  Lembro-me da partida para o seminário. Com foi duro! Deixar mãe, pai e irmãos, foi uma decisão muito difícil, sobretudo, com os meus 16 anos. O que leva um adolescente a tomar essa decisão? Só pode ser algo muito valioso.
Depois criamos apegos ao bico, ao “cheirinho”, ao cachorrinho, à terra, à moto, ao carro, à casa e ao dinheiro. Eles, de alguma forma, nos dão segurança. Com eles nos apresentamos e nos sentimos importantes e poderosos.  Sem eles, normalmente sentimo-nos pobres, de segunda categoria, inseguros e cheios de vergonha.  Sendo assim, dá para avaliar e, de alguma forma, entender a dificuldade do jovem rico de vender os seus bens para seguir a Jesus. O evangelista afirma que ele estava apegado aos bens. Não afirma que estava apegado a Jesus (cf Mt 19,21-22).
Jesus não veio mudar a natureza do ser humano, mas veio para levá-la à perfeição. Por isso, não está querendo mudar essa característica humana, mas sim levá-la à perfeição. Propõe que o ser humano se apegue às coisas do alto, ou seja, que permanecem para a vida eterna. Propõe o seu seguimento, pois ele é o caminho para a vida eterna. Assegura, aos seus seguidores, que ganharão cem vezes mais aqui na terra além da vida eterna (cf Mt 19,29).
Normalmente os seres humanos são apegados. Por outro lado, eles desapegam-se de algo menos valioso para comprar algo mais valioso e mais importante. Facilmente vendem as bijuterias para adquirir ouro e prata. Sem maiores dificuldades vende-se uma propriedade ou casa mais ou menos para adquirir uma melhor. Procura-se na loja a roupa que tem maior valor social e não o menor. Dificilmente as pessoas normais desapegam-se de algo valioso para ficar com o que pouco ou nada vale.
Eis, portanto, o caminho para ajudar os jovens a deixar pai, mãe, irmãos, propriedades e bens. Educar para os valores perecíveis e, sobretudo, para os eternos. Importa educar, desde cedo, para os valores do reino. É fundamental ajudar as nossas crianças a descobrir os valores do alto e apegar-se a eles. Se não abrirmos os filhos para Deus e para os valores do alto fatalmente apegar-se-ão aos bens da terra absolutizando-os em detrimento da fraternidade e da caridade. O que é pior morrerão frustrados por ter que deixar os seus bens.
Se um jovem ou um adulto for educado na sua família para apreciar retamente todos os valores, os da terra e os do Céu, ele terá uma boa chance de deixar tudo para seguir os apelos de Jesus. Como São Francisco, será capaz de deixar o negócio lucrativo do pai para seguir a Jesus na pobreza e na liberdade total. A exemplo de São Camilo, será capaz de deixar as aventuras e ilusões do mundo para cuidar de Jesus em cada enfermo e abandonado.  Terá, inclusive, a coragem de renunciar ao casamento por amor a Jesus a fim de ser testemunha viva dos valores do reino, que nem os ladrões e a morte roubam.

Peçamos a graça de nós católicos apegar-nos, sempre mais, a Jesus e aos seus valores a fim de, na liberdade, utilizar de todos os bens da terra para a construção de uma sociedade justa e fraterna, sem preguiça e roubalheiras.  




Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

REUNIDOS EM MEU NOME

Eis a condição indispensável para que Jesus esteja no meio dos que se reúnem. Portanto, não é suficiente reunir-se, mas é fundamental estar vinculado em nome de Jesus. Disto surge a pergunta: O que é mesmo estar unidos em nome de Jesus? Basta colocar um crucifixo de Jesus na sala de reunião? Parece que não é somente isso, pois em muitas salas onde existem crucifixos de Jesus ele está bem longe, pois se tomam decisões contra a vida e se legisla egoisticamente.
Em muitas reuniões da Igreja também temos dificuldade de notar que estão reunidos em nome de Jesus. Temos dificuldades porque se reúnem para falar mal de terceiros, para excluir os que pensam diferente e buscando os próprios interesses e não a dilatação do Reino de Deus.
Muitos casais que estão junto também revelam que não estão unidos em nome de Jesus. Por que não? Porque se unem em torno de interesses e não para promover e santificar o outro ou a outra. Buscam o outro ou a outra para serem felizes e não para fazerem o outro feliz. No meio deles Jesus, seguramente não está.
Jesus afirma com todas as letras: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali no meio deles” (Mt 18,20). Estar reunidos em nome de Jesus significa estar reunidos no amor, com amor e para o amor. No amor que toma a iniciativa de fazer bem ao outro, mesmo quando ele faz mal e me faz mal. Reunidos no amor que tudo desculpa, que tudo suporta para promover o bem e a santificação do outro.
Fazer tudo por amor e nada por egoísmo e desamor. Preparar a comida por amor, limpar o banheiro por amor, renunciar a um direito por amor, ouvir muito por amor, perdoar por amor, aceitar um convite ou não por amor, ir para uma reunião por amor e não movidos pelo medo.
Que as pessoas reunidas visem o amor. Se unam para promover e edificar uma família amorosa, acolhedora, dialogal e promotora do bem de todos os seus membros. Que o congresso ou a diretoria de alguma empresa se reúna para promover o bem de todo o povo ou de todos os membros da empresa.
Eis aí as condições para Jesus estar no meio dos que se reúnem. Os que se unem movidos por esse amor podem pedir tudo, que o Deus do amor os atenderá. Os atenderá porque jamais pedirão egoisticamente pois não se movem pelo egoísmo, mas pelo amor e, por isso mesmo, pedirão aquilo que promove o outro. Deus que é pai de todos, é o mais interessado na promoção dos filhos e, portanto, estará sempre atento para atender os pedidos dos que se reúnem em nome do amor.  


Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

terça-feira, 11 de agosto de 2015

PROCURANDO A OVELHA PERDIDA

Não é raro um animal separar-se da manada por algum motivo. Porque se machucou, porque está para dar à luz ou por outra razão qualquer. Por isso, com frequência nas fazendas encontrarmos os vaqueiros à procura de uma vaca, de um boi ou bezerro que se desgarrou.
No tempo de Jesus era comum a criação de ovelhas. Cada criador tinha os seus pastores que tinham o encargo de zelar pelo rebanho. Quando uma delas se perdia nas encostas ou por ter caído nalgum precipício os encarregados saiam á procura até encontrá-la.  Quando a encontravam, eles retornavam em festa e, algumas vezes, carregando a ovelha no colo, pois estava machucada.
Jesus conhecedor da realidade criou a parábola da ovelha perdida para ensinar-nos que o Pai do Céu, à semelhança do dono do rebanho, não deseja que nenhuma pessoa se perca. Do que depende dele tudo faz para que todos participem do banquete no seu Reino. Além disso, afirma que a alegria toma conta do céu quando um pecador se converte e volta a participar da sua comunidade.
Sendo assim importa que observemos a realidade da Igreja, que tem por fundamento Jesus Cristo, que, segundo o Evangelho (cf Mt 18,1-5.10-14), deseja que nenhum dos seus irmãos se perca. Os pastores e catequistas que atualmente são encarregados das pessoas, quando observam que muita gente abandonou o rebanho, isto é a comunidade, como se sentem? Possuem os sentimentos do Filho que corria atrás de todos os pecadores para reconduzi-los ou nem se importam? Contentam-se com algumas pessoas que estão no grupo ou saem - Igreja em saída - à procura dos que, por algum motivo, se desgarraram?
Jesus quer nos ensinar que a vontade do Pai é que ninguém se perca. Sendo assim abençoa e acompanha com seu carinho a todos os que saem à procura dos paroquianos, dos jovens, das crianças, dos casais e não descansam enquanto não resgatam esses irmãos. Jesus quer ensinar a todos os encarregados que andam tristes e cabisbaixos que o cansaço da procura é compensado enormemente pela alegria do resgate e que o abandono das pessoas significa a nossa derrota e tristeza.
Quanto vale um boi para ser procurado com tanta insistência pelos vaqueiros? Talvez dois a três mil reais. Quanto vale um filho para Deus? Quanto vale um filho para um pai? Não tem preço? Ele é um filho e, portanto, supera todo o valor monetário. Se for filho, o Pai do Céu e o da terra, o quer feliz e não na perdição. Além disso, tudo fazem para que o filho participe do seu banquete.
Quanto vale um paroquiano para nós que somos os encarregados do rebanho de Jesus Cristo? Será que não perdemos o seu real valor para abandonarmos as pessoas facilmente e até com desculpas baratas? Será que não nos deixamos tomar por mil afazeres que não são a procura da ovelha perdida? Será que o medo não tornou pequena a nossa vontade de ser Igreja em saída e nos agarramos a estruturas arcaicas, que nos dão uma falsa segurança?
Peçamos a graça de compreender o coração de Deus que quer a todos no seu banquete. Peçamos a graça de, como filhos de Deus, termos os mesmos sentimentos do Filho, isto é, Jesus de Nazaré, que procurou resgatar o maior número possível para Deus. Como continuadores de Jesus peçamos a graça de não nos conduzirmos pelo medo, mas vencermos o cansaço e o medo, certos que haverá uma grande alegria no nosso coração e na nossa igreja por um só irmão que resgatamos. 


Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O ALIMENTO PARA CHEGAR AO MONTE HOREB

No livro dos Reis encontramos o profeta Elias que está fugindo da Rainha Gesabel que procura matá-lo, uma vez que com o seu desafio com os sacerdotes de Baal instigou o povo a matar todos eles uma vez que não conseguiram mostrar aos presentes que o Deus Baal atendia os seus rogos, isto é, atear fogo no altar do sacrifício, enquanto que o Deus de Elias atendeu imediatamente (cf 1Rs 18,20-19,8).
O profeta em fuga, pelo deserto adentro, está cansado, com fome, com sede e sem forças para continuar. Por isso, pede ao senhor que lhe tire a vida e assim cessem a luta e os sofrimentos. Com esses pensamentos ele dorme à sombra de uma árvore. Um anjo do Senhor o acorda e o convida a comer e beber por duas vezes. Com a força desse alimento do Céu ele consegue caminhar durante quarenta dias e quarenta noites até chegar à montanha de Deus, o Horeb.
Diante desse episódio bíblico precisamos ultrapassar o fato em si e nos perguntar qual é o sentido teológico para nós, pois a bíblia é viva e não história morta. Para o início da conversa, importa notar que a nossa vida está cheia de desafios, lutas e dificuldades. A melhor vida do mundo está envolta de dificuldades. Não adianta invejar a vida do padre ou do casado, imaginando que elas não têm problemas. Todas as vocações, quer a do profeta, a do evangelista, do sacerdote, do leigo possuem a sua carga de desafios e dificuldades. Diante disso, correr de uma para outra vocação não é a solução. Fugir da briga, conforme o profeta em cena, também não é uma solução abençoada por Deus.
Mas então, qual é a melhor forma para assumir a nossa vida com suas dificuldades e sucessos? A Palavra nos ensina a alimentar-nos com o pão do Céu. Jesus é esse pão do Céu prefigurado no Antigo Testamento no episódio de Elias. Ele mesmo afirmou: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer desse pão viverá eternamente” (Jo 6,51a). Alimentar-nos de Jesus é o grande segredo para caminhar sem maiores desânimos, apesar dos reveses da vida, que são inevitáveis.
Duas vezes alimentado com o pão do céu, o profeta caminhou quarenta dias e quarenta noites até chegar à montanha do Senhor. Nós também se nos alimentar-nos frequentemente de Jesus e da sua Palavra teremos forças para caminhar a vida toda na travessia do deserto da vida até chegar à montanha do Senhor, isto é, até chegar ao céu.
Sem ele, alimento divino, ou alimentando-nos apenas na primeira eucaristia, na crisma e no curso de noivos, diante das lutas da vida e dos problemas, nós logo cairemos no desânimo. Além disso, cairemos na tentação de abandonar a luta, de jogar a toalha diante dos problemas do casamento, da educação dos filhos, dos desafios do vestibular, da perda de emprego, da crise econômica, etc. Com isso não resolveremos os problemas, mas criaremos inúmeros outros. Problemas esses, que nos atingirão e respingarão nos que estão à nossa volta, acumulando tristezas e derrotas.
Os sinais que acompanharão os que se alimentam frequentemente de Jesus serão a expulsão de toda a amargura, gritarias, contendas, ciúmes, rancores, desejos de vingança, do meio deles. Ao contrário, serão amigos da bondade, do diálogo, do perdão mútuo e do serviço na gratuidade, começando em casa (cf Ef 4,30-5,2).

Peçamos a graça de alimentar-nos sempre do pão que é Jesus e a sua Palavra, para termos a força necessária para expulsar o mal que nos espreita e realizarmos o melhor na nossa vocação matrimonial, sacerdotal, religiosa ou de catequistas leigos.


Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

GANHAR O MUNDO OU A VIDA?

Sobretudo, nos tempos atuais, em que se corre atrás de ganhar a loteria, ganhar status, acumular bens e dinheiro e mais dinheiro, a Boa Nova de Jesus nos põe um questionamento.  Vale a pena ganhar o mundo inteiro e perder a saúde e a vida? Essa corrida frenética atrás dos bens de consumo, a maioria deles não essenciais, é válida, do ponto de vista cristão? Claro que temos necessidades e precisamos satisfazê-las com equilíbrio.
O Evangelho (Mt 16,24-28) não nos proíbe de procurar os bens que necessitamos. Aliás, nos incentiva a ganhar o pão com o suor do nosso rosto e não viver apenas de sonhos ou com o dinheiro alheio. Ele questiona essa busca desenfreada de bens, de dinheiro, do mundo inteiro sem ocupar-se em ganhar a vida eterna. Focar os bens perecíveis em detrimento dos bens eternos é ser louco, segundo o Evangelho.
Jesus nos convida a sermos ricos para Deus e para os irmãos e não apenas de bens perecíveis, que da terra vieram e na terra ficarão. Ser ricos para Deus e para os outros significa dar a vida e repartir os bens que, por ventura possuímos. Não há outro jeito de investir com sabedoria nos bens que duram para a eternidade.
Guardar a nossa vida e os nossos bens é ser candidato firme para a morte e a frustação. Por conta disso, muita gente diante da morte entra em “parafuso”. Ao contrário, buscar repartir a vida e os bens significa guardá-los para a o Céu. Em outras palavras: “Quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perde a sua vida por causa de mim vai encontrá-la” (Mt 16,25).
Caros leitores, eis a proposta revolucionária de Jesus: Tomar a cruz da própria vida e os bens que conquistamos e colocá-los a serviço da promoção do outro a exemplo do Mestre. Jesus não procurou guardar nada para si.  Ele repartiu os bens, a mãe, a vida, o corpo e o sangue com todos os seus irmãos. Claro que se trata de um desafio enorme, pois a nossa cultura prega abertamente a importância de sermos ricos de bens e coisas para consumir. Exalta os poderosos desse mundo e, por vezes, menospreza os que investem nos bens eternos.
Ser cristão não significa marchar contra a cultura do acumular, mas apresentar um novo jeito de acumular tesouros. Apresentar a alternativa do ser rico para Deus e para os irmãos. Ser rico emprestando a nossa vida para os irmãos e para as irmãs em forma de serviço amoroso. Consagrando a nossa vida aos outros como casados, sacerdotes, religiosos ou leigos. Lavando os pés dos irmãos como fez o Mestre antes da sua Páscoa. Atualizar o milagre da multiplicação dos pães repartindo o pouco que somos e temos com os demais irmãos. Procedendo assim, estamos acumulando tesouros no Céu que começa aqui e agora e nos dá o direito de vivermos alegres e felizes todos os dias da nossa vida.

Essa nova alternativa de ser rico não nos priva dos bens da terra, mas, ao contrário, nos apresenta o seu real valor, e por isso mesmo, os direcionamos todos para o céu da fraternidade e não para o inferno do egoísmo.


Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O DESAFIO DA TRANSFIGURAÇÃO

Na festa da transfiguração de Jesus, corremos o risco de achar maravilhoso o que ocorreu com Jesus no Monte Tabor e ficar apenas nisso (cf Mc 9,2-10). Certamente que é um passo importante meditar sobre o texto da transfiguração apresentado pelo evangelista Marcos, mas não é suficiente não. O desafio é mergulhar dentro do Evangelho e dar-se conta que Jesus está indicando o caminho da nossa transfiguração de cada um de nós que deseja segui-lo seriamente.
Em primeiro lugar há o chamado do próprio Deus a seguir o seu filho Jesus. A iniciativa é de Deus e não nossa. Quem ama toma a iniciativa.  Além disso, é um chamado permanente e não apenas um chamado num momento da vida da pessoa. Deus não se cansa de chamar os seus filhos e filhas, desde a tenra idade como fez com o menino Samuel (cf 1Sm 3).  
Em segundo lugar, esse chamado exige a contrapartida de cada chamado, ou seja, que tenhamos sensibilidade e vontade firme de seguir esse chamado. Mergulhados num mundo com mil chamados para consumir, para ter, para o prazer e o poder, corremos o risco de perder gradativamente a nossa sensibilidade para o chamado de Deus e comprometer a nossa caminhada rumo à transfiguração. Começamos a dar desculpas e a adiar a resposta e, muitas vezes, a mergulhar na tristeza.
Além disso, diante de um mundo com mil facilidades e de pouco esforço, no qual estamos mergulhados, corremos o risco de sermos pessoas com vontade fraca. O seguimento de Jesus não é um caminho coroado de facilidades, mas exige esforço e perseverança para superar obstáculos e contratempos a fim de chegarmos à transfiguração em Deus.
Ao meditarmos o texto do Evangelho podemos imaginar que a transfiguração se dá como num passe mágico e pronto. Muitos cristãos procuram essa religião mágica que resolve facilmente os seus problemas, dificuldades e até irresponsabilidades. Jesus não veio apresentar truques e mágicas, mas chama-nos para uma caminhada rumo à transfiguração. Caminhada essa que para alguns começa mais cedo, para outros mais tarde e para alguns apenas na hora da dor e do sofrimento.
Confesso que para mim começou bem cedo graças a um ninho familiar cheio de sensibilidade para Deus e para os seus chamados. Nessa célula eclesial, que chamamos família, senti o chamado de Deus para seguir o seu filho Jesus rumo à transfigurado como sacerdote. Depois de muitos anos de caminhada me vejo ainda caminhando com Jesus. Hora com mais alegria e entusiasmo, hora com menos, mas o que me alegra é que Jesus nunca desistiu de mim, apesar das minhas quedas e resistências. Nos momentos que estou cansado e fraco Ele chega a me carregar no colo.

Diariamente tenho a oportunidade de contemplar a caminhada de Jesus rumo à sua glorificação junto ao Pai. Movido pela sua vitória espetacular continuo a caminhada certo que Ele me conduzirá à transfiguração plena, ou seja, à vitória final, no Céu.


Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

MISSA DE SÉTIMO DIA DE JULIO ZAPOTOSZEK

AS MIGALHAS QUE CAEM DAS MESAS

Em tempos idos os cachorrinhos comiam as migalhas que caiam das mesas de seus donos ou que alguém, mais afeiçoado com os bichinhos, repartia com eles. Essa era a dura realidade dos animais, mesmo nas casas das pessoas mais abastadas.
Uma mulher cananeia, que conhecia essa realidade dos animais, se aproximou de Jesus suplicando que a atendesse à semelhança dos cachorrinhos, ou seja, contentando-se com um pouquinho da atenção de Jesus. Não estava pedindo nenhuma audiência particular, ou um lugar de destaque ao seu lado, como fez a mãe dos discípulos Tiago e João, mas apenas uma migalha do seu tempo e da sua atenção em benefício da filha, atormentada pelo mal. Diante da sua humildade e perseverança, Jesus a atende destacando a sua grande fé (cf Mt 15,21-28). Jesus não lhe deu apenas migalhas, mas a atendeu como filha amada de Deus.
Hoje a realidade dos cachorros melhorou muito. Basta olhar em volta e logo os encontramos sendo carregados no colo por belas damas, passeando pelos jardins e avenidas. Frequentemente nos deparamos com festas de aniversário com direito a bolos e outras tira-gostos para esses amigos do homem, dos idosos e das crianças. Que bom que a vida para eles melhorou muito!
Em contrapartida, vemos inúmeros irmãos e irmãs atormentados pelo mal do abandono e do descaso suplicando migalhas do nosso tempo e do nosso amor. Quantos idosos e quantas crianças que gostariam que partilhássemos um pouco do nosso tempo e da nossa vida com elas! Por conta das nossas correrias as empurramos para os asilos, e outros cantos onde ficam à espera das migalhas que, de tempos em tempo, caem das nossas agendas e mesas da vida.
Nada contra os animais, tudo a favor do rei dos animais, sendo que muitos estão sendo alimentados com os restos do nosso amor. Jesus está dizendo que ele é o pão do Céu, que veio para acolher a todos na sua mesa. Deseja que todos possam alimentar-se, não apenas dos restos, mas até à saciedade, a fim de que todos tenham saúde e vida em abundância.
Fazemos votos que essa semente do Evangelho caia na terra do coração de cada batizado e assim consigamos dar continuidade à construção de uma sociedade justa e fraterna. Peçamos a graça de compreender o imenso valor que está envolvido no acolhimento carinhoso de um irmão e de uma irmã, sobretudo dos menos favorecidos.  

Uma vez cientes dessa verdade, que em cada pessoa, não importando a sua condição, acolhemos o próprio Jesus de Nazaré, consigamos superar a mania de dar apenas migalhas do nosso tempo e da nossa vida. Que à semelhança do Mestre possamos dar o melhor do nosso tempo, do nosso amor, do nosso trabalho, sobretudo, aos que se sentem abandonados e recebendo apenas as migalhas! Que possamos iniciar pelas nossas casas, onde, muitas vezes, as esposas, os maridos, os filhos, as sogras e os avós imploram as migalhas do nosso tempo!


Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

terça-feira, 4 de agosto de 2015

A FOME DO SER HUMANO



Basta colocar-se diante da pessoa humana e logo nos damos conta das suas inúmeras fomes. Fome de comida, fome de dignidade e liberdade, fome de ter, fome de prazer, fome de poder, fome de ser respeitado, aceito, perdoado, compreendido, etc., etc. Poderíamos enumerar bem mais fomes que o rei da criação possui e, parece que não são saciadas facilmente. Mas, qual é a fome fundamental dessa criatura?

Ao entrar no Livro do Êxodo, objeto da primeira leitura deste 18.º domingo do tempo comum, nos deparamos com um povo faminto. Inicialmente faminto de liberdade, pois estava sob a escravidão de outro povo, isto é, dos Egípcios (cf Ex 3). Uma vez saciada a sua fome de liberdade, encontramos o mesmo povo reclamando contra Moisés, seu libertador, por falta de comida para encher seu estômago (cf. Ex 16). Mais tarde encontraremos o mesmo povo reclamando por falta de água. 
Ouvindo o povo de hoje, parece que a ladainha continua; apesar de produzirmos muito mais alimento do que era produzido no tempo de Moisés. Há muita gente passando fome e reclamando. Inúmeras comunidades humanas reclamam comida. Muitas periferias gritam por comida, por água, por respeito, por dignidade, por liberdade, por esperança. Quem vai saciar a fome desse rei da criação?
Todos os prazeres da terra não encheram o coração faminto do filho e da filha de Deus. Todos os poderes, igualmente não conseguiram. A corrida desenfreada em busca de riqueza fez muitos e muitos ricos, mesmo que à custa de muitos empobrecidos. Lamentavelmente constatamos, porém, que o coração dos ricos não está em paz, porque só possuem riquezas materiais. Os três maiores ídolos da terra não foram suficientes para saciar a fome do ser humano. Ao contrário, criaram inúmeros famintos por conta da concentração de riquezas e de pão nas mãos de uns em detrimento dos demais. Quem vai saciar essa fome abrasadora do homem e da mulher?
A engenharia genética ajudou muito na melhoria e na produção de alimentos, que certamente alimentam todas as bocas da terra, se fossem repartidos com equidade. O que falta não são os alimentos que saciam o estômago. Falta o pão do céu indicado na primeira leitura e confirmado pelo Evangelho (Jo 6,24,35).
O coração do homem foi feito por Deus e para Deus e, por isso mesmo, só será saciado quando se abrir para Deus e se alimentar dele. O coração do homem anda faminto enquanto não repousa em Deus. Só o amor que é Deus poderá saciar a fome maior do seu filho e da sua filha. Não adianta comer todos os prazeres da terra, pois eles não encheram o coração da samaritana (cf Jo 4). Quando ela bebeu a água que é Jesus, a sua sede se estancou e dela correram rios de amor e de bondade para partilhar com seus irmãos. Enquanto a mulher não se alimenta de Deus, todos os maridos da terra não saciarão o seu coração faminto de amor. Enquanto os homens não abrirem o coração para Deus, continuarão correndo atrás de mulheres e de sexo, mas, continuarão carentes e escravos dos prazeres passageiros.
Uma vez que o homem se alimenta do pão do Céu, que é Jesus e a sua vontade, ele é recriado. Ele se reveste de Deus e se torna um homem ou uma mulher novo. Saciado na sua fome mais profunda, isto é, de Deus, ele será capaz da partilha. Não precisará acumular para dezenas e dezenas de anos, como procedem os que não confiam na providencia divina. Trabalharão pelo pão nosso de cada dia e viverão a alegria do serviço e da partilha.

Em suma, uma vez saciado o nosso coração do amor que é Deus, todas as demais fomes serão facilmente saciadas com a partilha e o respeito. Por isso, pedimos essa graça para todos os filhos de Deus. Que os seus corações, que possuem fechaduras por dentro, sejam abertos para o Criador a fim de que os sacie na sua fome mais profunda!  Assim seja! 



Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR